Mas esta sensação não dura muito tempo. Quando vemos os nomes de candidatos e candidatas, já podemos imaginar uma câmara novamente superpopulada por homens, sem nenhum grande nome feminino que podemos dizer "já ganhou" e pelo menos meia dúzia de candidatos que já entram no pleito praticamente eleitos. Mas a decepção não para por aí. Pois temos que ver mais de perto as candidaturas de Simone e Conceição.
Quanto a primeira nenhuma surpresa. Ao seu lado, como aquele que comanda uma marionete, vemos seu marido, gravando vídeos e sendo a voz principal da carta aberta à população anunciando a candidatura de Simone. Qualquer semelhança em relação a binômio Lula-Dilma, é mera coincidência, portanto, não devemos acreditar que o resultado de um mandato de Simone será tão trágico quanto o de Dilma, ou não.
Mas, fiquei surpreso ao ver Conceição utilizar uma foto de seu marido na carta aberta a população. Por ignorância, ou não, não tenho a menor ideia de quem é ele, o que ele faz e o que já fez. Mas isto não importante, mesmo que fosse co-fundadora da cidade, pois de novo lá está a cara do sujeito estampado em um dos principais documentos da candidatura.
Não sou militante de causas feministas, mas, me solidarizo a muito dos ideais defendidos e bate uma sensação de descrença na evolução da humanidade ao reduzir duas mulheres fortes, trabalhadoras e competentes na figura de "esposa de alguém", como se a imagem do marido fosse maior que suas identidades, histórias e capacidade. E mais, será que em nossas comunidades ou até mesmo nos quadros de membros dos partidos, não tínhamos nomes que pudessem ganhar destaque nas campanhas para vereador?
Ainda estamos longes de saber quem será o vencedor das eleições, mas já começamos perdendo.
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