domingo, 21 de fevereiro de 2016
Budismo Moderno - Augusto dos Anjos
Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
--x--
Este poema Arnaldo Antunes musicou.
Marcadores:
acho muito doido interpretar poema,
Ainda ensinam isto nas escolas?,
Arnaldo Antunes,
Augusto dos Anjos,
Budismo Moderno,
nem eu sei que quero dizer as vezes

Assinar:
Postar comentários (Atom)
PERFEITO!
ResponderExcluir