sábado, 31 de dezembro de 2016

Soneto para Acsa - 20 e uns aninhos



A conheci faz alguns anos
se apaixonar não estava nos planos
O tempo foi passando
e a idade foi chegando

Quanto você cresceu até aqui
e muito longe você ainda pode ir
Vinte e alguns aninhos
alguns divididos comigo

Que bom poder comemorar
mais um ano junto com você
e nesta data poder reconhecer

Que a cada ano que passa,
e não é conversa fora, balela
você fica mais velha bela



sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Soneto para Théo - 1 Ano



Hoje é o aniversário do Théo
seus primeiros 365 dias
De todos o mais carinhoso
de todos o mais dengoso

meu pequeno caçula
mais doce que mamão com açúcar
que me ensinou amar melhor
destruindo o meu pior

O agarradinho do papai
o risadinha da mamãe
que andando já vai

Dando seus primeiros passos
crescendo em estatura e alegria
transformando os meus dias

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Soneto da Solução Diplomática



Lá estavam os dois
com discursos eloquentesternos, gravatas e pastas
parecendo ser muito inteligentes

Em determinado momento
de calorosa discussão
um se exaltou a mais
e começou a trocação

Era pasta voando
papéis indo ao chão
e já estava feita a confusão

Um golpe bem acertado
e o outro foi a chão
passou a contagem
1, 2, 3... temos um campeão

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Soneto da República



E nossa querida república
a federativa do Brasil
caminha a passos largos
para a puta que pariu

Fomos enganados e agora vendidos
por bancos sendo escravizados
por conta deles endividados
enquanto enriquecemos culpados

Falta estrutura na escola
médicos nos hospitais
enquanto se esbaldam
em seus banhos de espumante e sais

Enquanto isto nossos estoques
são assaltados por ratos
que andam de ternos e sapatos


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Soneto que Deu Onda



Meu deu onda
esta música enjoada
muito mal cantada
mas que é um tanto encantada

Se é pau ou se é pai
quem te ama e que te adora
tanto faz, não penso nisto
mas um tanto me apavora

Um não tem sentimento
o outro não deveria ter
mas deixo me entretar

A baladinha é legal
e tem rima e coisa e tal
mas ainda não sei
se é o pai ou se é o pau

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Soneto Vai dar Ruim



E se eu me colocar a rimar
como o nome de outra mulher
vai dar ruim pra caramba
daquelas brigas que não se mete a colher

E se eu me colocar a pensar
no passado que já se foi
algo me faz acreditar
que antes de eu chegar ela já foi

E se eu apenas insinuar
que pensei em outra musa
certamente será este o pecado que me acusa

Então, vou ficar por aqui
antes que este soneto chegue ao fim
com uma notícia ruim

domingo, 25 de dezembro de 2016

Soneto para Cauby



E até hoje ele está a cantar
por conceição que desceu
para ter o que o morro não deu
e ninguém sabe o que aconteceu

Com o nome de Conceição
ele batizou a canção
que embalou todo país
a cantar infeliz

Pensando onde ela estaria
o que será que ela fazia
mas ninguém sabe, ninguém viu

Apenas sabe-se que ela desceu
mas não se vive ou morreu
ou se finalmente enriqueceu

sábado, 24 de dezembro de 2016

Soneto da Mensagem da Cruz



Quando se é pai
é que entendemos de verdade
o tamanho sacrifício
feito pela humanidade

Enquanto não se ama um filho
não é possível entender
a dimensão do sofrimento
de enviar um filho para morrer

Imaginar vê-lo crescendo
feliz e brincalhão
sabendo que no fim
virá a humilhação

E até o último minuto
apenas observar sem intervir
vendo o mundo a seu filho ferir

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Soneto do Reabraço



Tudo que eu queria
era te abraçar de novo
e sentir aquele perfume
que dava o renovo

Sentir sua pela junto a minha
e o cheiro dos seus cabelos
se por aí estiver sozinha
poderia atender pelo meu apelo?

Aquele amor interminado
que por hora aparenta morto
poderia ser reanimado

Ou seria apenas uma abraço frio
como aquele dia que ainda não acabou
aquele dia em que me abandonou

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XVIII



É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar para pensar
Na verdade não há
Que versos mais poderia eu escrever
para poder tentar lhe convencer
amar a cada um a sua medida
como se não tivesse outra saída

Amar não é apenas carinho
mas como também é cuidado
cuidado em não tocar
onde o outro estiver machucado

Se dói o remorso, aprenda a esquecer
Se dói a dúvida, aprenda a confiar
Se dói a frieza, aprenda a aquecer

Se dói o passado, olhe para o futuro
se dói a saudade, afogue-a num abraço
Se dói não ter, corra atrás, ao encalço



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XVII



O que você vai ser
Quando você crescer

Ela queria ser astronauta
mas astronauta não poderia ser
ele queria se bailarino
mas seus pais tinha que convencer

Ela queria sonhar alto e voar
Ele queria pés nos chãos e dançar
Mas, os pais não acharam por bem
alimentar estes sonhos que se tem

Balé não é coisa de menino
Ir para lua não é coisa de menina
Matou mais um sonho, o preconceito assassino

E então perguntaram de novo
ele quis ser jogador de futebol
e ela garota propaganda da estação do sol


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XVI



Você culpa seus pais por tudo, isto é um absurdo
É sempre mais fácil
achar que a culpa é do outro
ficamos sempre mais frágil
quando perdemos nosso tesouro

Mas não devemos entregar aos pais
a culpa pela vida que não nos satisfaz
nos deram educação, abrigo e alimento
e esquecemos de tudo isto com o tempo

Então encontramos nossos fracassos
e preferimos negar nossa culpa
e culpar nossos pais - aqueles fiascos

E enquanto a culpa é deles
andamos mais leves e serenos
pois, por nossa própria culpa nunca cairemos

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XV



Você diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais

Muito fácil vestir-se de ovelha negra
e dizer a todo mundo que seus pais te odeiam
dizendo coisas sem sentido
a todos que te rodeiam

Mas difícil é se por no lugar do pai
que recebe como recompensa a negação
ou no lugar da mãe, que sofre
com tamanha indiferença no coração

Entenda uma vez criatura
que as pessoas que te deram a vida
não são veneno, são cura

Mas se quiser se perder por aí
vá, mas tente entender
que este não é o caminho
que queriam para você

domingo, 18 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XIV



Sou uma gota d´agua
Sou um grão de areia

Quando nasceu eu te carreguei
foi logo na primeira vez que te vi
e nada mais além de amor cabia em mim
foi só então que eu reconheci

Quão pequeno eu poderia ser
neste universo de tanta coisa a fazer
e será que fiz por merecer
por sua sua vida receber?

Eu que me sentia tão grande
tão cheio de mim e confiante
como nunca me senti ontem

Fui resumido a grão
a gota d´agua deste então
ao te ter em minha mão

sábado, 17 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XIII



Eu moro com meus pais

Me perguntam quando vou me casar
mas não tenho pressa em decidir
para que eu vou largar
esta vida que escolhi?

Aqui está bom demais
não tem conta para pagar
não tem cozinha para lavar
nem roupa para passar

Tudo está sempre a mão
não precisa nem pedir
e já está pronto para mim

Quem sabe até os quarenta
eu sai de casa então
para provar a sensação

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XII



Já morei em tanta casa que nem me lembro mais

Dizem que me prendem
para meu próprio bem
que vão me corrigir
me fazer evoluir

Mas de casa de detenção
em casa de detenção
me tornei cada vez mais
um monstro, um vilão

Já perdi a conta das vezes
que me prederam e soltaram
e não admitem que erraram

Em me deixar sair por aí
por não idade para discernir
o que faz mal para mim

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - XI




Eu moro em qualquer lugar
Se o mundo é de Deus
e sou eu o filho do dono
todo canto é minha casa
este decreto eu proclamo

Não há fronteiras para minha felicidade
não há muros de proteção, não há grade
ainda assim a tristeza não me invade
não me rendo a qualquer vaidade

Sou homem de gostos simples
de vida nobre e justa
de muito trabalho e muita luta

Me chamam de vagabundo
mas nem ligo, ao contrário deles
sei meu lugar no mundo

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - X



Eu moro na rua, não tenho ninguém
Não sou como dizem por aí
não sou filho da puta, desgaçado
sou filho da rua, onde fui criado
sou filho do sistema, pobre, castigado

Sou filho das leis anti-aborto
do preconceito ao natimorto
da hipocrisia da sociedade
que diz me amar de verdade

Sou filho irreconhecido de Deus
por não ser loiro nem ter olhos azuis
como seu adorado ídolo Jesus

Só eu conheço a dor de carregar uma cruz
de ser cuspido, julgado e assassinado
como aquele verdadeiro menino Jesus

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - IX



Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar

Simplesmente não deu certo
e então eles decidiram separar
agora não sinto tanto
tenho duas casas para morar

A distância as vezes atrapalha
mas não me permite esquecer
que tenho quem me ame mesmo longe
e que posso contar até após eu crescer

As vezes fico triste
mas prefiro apenas me lembrar
como foram felizes em se separar

Hoje os dois são felizes
cada um construiu um lar
e eu ainda tenho os dois para amar

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos VIII



São meus filhos que tomam conta de mim

O tempo passou rápido
e o ciclo da vida se fez cumprir
na sua infância cuidei de você
e agora você cuida de mim

Meus músculos já estão fracos
os ossos doem e me sinto um caco
mas lá estão vocês para me amparar
para me reensinar a andar

Quanto amor e paciência dedicados
que me sinto agora envergonhado
por algumas vezes tê-los castigado

Sou um velho abençoado
por Deus tenho sido honrado
com dois filhos tão amados

domingo, 11 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - VII



Me diz porque que o céu é azul
Me explica a grande fúria do mundo

Ele queria saber o porque das coisas
porque sentia o vento sem poder ver
porque dormia sem perceber
porque a sede acaba após beber

Eu sabiamente explicava tudo
mesmo sem a verdade conhecer
apenas para receber aquele olhar
e sua admiração receber

Mas então ficou mais velho
e queria entender
porque anjos mereciam morrer

Porque inocentes morriam
por interesse de generais e nações
ambos sem coração e emoções

sábado, 10 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - VI



Meu filho vai ter 
nome de santo
Quero o nome mais bonito

Meu filho, desde muito tempo
antes mesmo de você nascer
eu já sonhava com o nome
que você iria receber

Nome de pecador que se torna santo
de perda bruta que se torna diamante
de reis e de grandes líderes portanto
e um dia se tornará gigante

Pedro de rocha e fortaleza
terás grande fé com certeza
e a palavra usarás com destreza

Nome de santo você carrega
e oro para que tão grande seja a entrega
por Aquele que sua cruz carrega

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - V



Só vou voltar depois das três

Bença pai! Bença mãe!
Já vou saindo, não me esperem acordados
já sou rapaz grande, praticamente criado
não se preocupem, nada dará errado.

A festa é logo ali, e não vou beber demais
sabem muito bem que isto não me satisfaz
E quem sabe tudo dá certo
e para ela eu seja o cara certo

Aí não adianta acreditar
que volto antes do galo cantar
nem precisa me esperar

Sabe muito bem que amo vocês
e em breve estarei em casa
mas só vou voltar depois das três


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - IV



Estou com medo, tive um pesadelo
Eu então não era mais pequeno
mas dormia levemente, um sono sereno
quando mais que de repente
o medo invade a minha mente

Em forma de todos os medos
me causando pesadelos
me debatia e mexia
mas nada acontecia

O despertar não vinha
o grito não saia
o sono não terminaria

Acordei, ainda sem saber
se era um pesadelo ou verdadeiro
o medo de te perder

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - III




Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?

Tomei coragem e sai dali
por isto vim parar por aqui
Não aguentei mais tanta violência
que aos poucos matou a inocência

Era tudo amor e carinho
e foi se perdendo pelo caminho
até que chegamos a tal ponto
que envergonhada eu conto

Vou embora de lá e volto para cá
me abrigam mais um vez?
posso dormir aqui com vocês?

Não sei como será amanhã
mas certamente será melhor que hoje
desde que eu acorde salva e sã

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos - II



Dorme agora
É só o vento lá fora
Quando eu ainda era criança
tinha medo de tudo, até da esperança
Minha mãe vinha ao meu quarto
e me mostrava o quanto estava errado

As sombras criadas pelas luz
me traziam assombro e espanto
horas muito escuras, outras nem tanto
que me faziam rezar por Jesus

O choro saia abafado
pensava que ela nem tinha escutado
e quando percebia estava ao meu lado

E com a voz macia e suave
dizia: durma agora
é só o vento lá fora

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Soneto de Pais e Filhos I


Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender
Há quem ache que dinheiro é felicidade
que quem tem tudo é feliz de verdade
mas se esquece que nesta vida
quando a tristeza quer, ela invade

Às vezes de forma abrupta e fria
outras vezes tão morna que nem se desconfia
e se esconde por trás da feliz fotografia
do passeio no estrangeiro aquele dia

Ninguém há de entender
o que falta ao coração
esvaziado de qualquer emoção

Quando menos se espera
tudo acaba tão rápido
na mesma velocidade que o corpo vai a chão


domingo, 4 de dezembro de 2016

Soneto Gullariano



Tenho opiniões controversas
a meu próprio respeito
senta aí, a gente conversa
e eu te explico direito

Metade de mim se diz poeta
a outra metade se diz profeta
Metade de mim se desfaz em choro
a outra metade me zomba em coro

Metade de mim se diz forte e valente
a outra metade me acusa 
de ser covarde e temente

Metade de mim se traduz em verso
a outra metade dispensa o verbo
e assim, me faço sempre mais: controverso

---x---

Como não se inspirar mais uma vez em Gullar. 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Soneto Romanticamente Frio



Não estavas nos planos
dizer eu te amo
escapuliu de repente
mas parece que não entende

Não que eu te ame de verdade
mas estou a vontade
com o que sinto no peito
quando penso a seu respeito

Então eu amo, mas não como pensa
mas espere um pouquinho
e terá para sempre sua recompensa

Vou aprender a amar
mais do que sinto na sua presença
e vou amá-la até mesmo na sua ausência

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Soneto da Minha Culpa



Descobri que meu coração
estava completamente intoxicado
Por causa do meu pecado
por minha omissão

Só então entendi
porque estou aqui
não era por ninguém
a não ser por mim

Mas o tempo de curar vai chegar
nisto vou me agarrar
e orar sem cessar

A cada pecado que cair
vou me desfazendo de mim
e me refazendo em Ti

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Soneto do Encontro com Deus



Pensar que nós éramos amigos
que eu andava com você e você comigo
Na chuva forte você era abrigo
e agora o mundo gira ao redor do meu umbigo

Pensar que minhas orações
eram mais que conversas, devoções
e agora voltamos ao começo
depois do meu tropeço

Chegou o tempo de descansar
de me calar e acalmar
e de novo Te encontrar

Tentando Te escutar em meu silêncio
ficando mais uma vez a sós
para de novo ouvir sua vós
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